Música irlandesa: o Bono, a Enya e o Rouge

Música na Irlanda é papo sério. Não é a toa que o símbolo oficial do país é um instrumento musical: a harpa (sim, aquela na logo da cerveja Guinness). Diferente da Austrália e do Canadá, que são famosos pela mistura de culturas diferentes, a Irlanda tem uma tradição muito forte e a música é o maior expoente disso, principalmente quando vemos a importância que os caras dão à música tradicional do país. Por isso hoje o papo vai ser sobre a música irlandesa, os muitos gêneros que reproduzem uma cultura. Eu acho inclusive, que algumas dessas canções são bem familiares pra você. Confere com a gente!

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Como eu mencionei anteriormente, a Irlanda mantém muitas das suas tradições em relação à música. Lá, o ritmo mais forte é o folk irlandês, influenciado pela cultura celta. E ele está em todo lugar! Isso porque muitos músicos e bandas da Irlanda costumam misturar o folk irlandês com outros ritmos, como o pop e o rock. A mistura deu muito certo e ganhou fama internacional. Como um país extremamente musical, é claro que a Irlanda exportou muitos artistas que marcaram e marcam presença nas playlists de muita gente, inclusive na nossa. Por isso você confere agora a coleção Millennium d’O Bagageiro, edição Irlanda.

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Vem com a gente!

The Cranberries

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A banda formada pelos irmãos Mike e Noel Hogan, o baterista Fergal Lawler e a vocalista Dolores O’Riordan foi trilha marcante nos anos 1990. A banda lançou hits da década como Dreams, que entrou para a trilha do filme Missão Impossível (1996). Mas seu primeiro sucesso continua sendo a faixa mais marcante da banda até hoje: Linger. Segundo Dolores (que compôs o single) a música é sobre seu primeiro beijo (nhóóó). Linger também se tornou trilha sonora do filme Click (2006) e da novela brasileira A Viagem (1994), que tinha como uma das protagonistas a diva do rock, Christiane Torloni.

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Momento convergência de países: O single Ode to my family, também da banda é trilha do quadro Badump Badump, do programa coreano de comédia Gag Concert (uma espécie de Zorra Total da Coreia do Sul, só que um pouco mais engraçado).

The Corrs

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The Corrs é talvez o grupo mais famoso internacionalmente quando se fala de mistura de fato do folk irlandês com pop rock. É formado pelos quatro irmãos da família Corrs: Sharon, Caroline, Andrea que parecem todas a mesma pessoa e Jim. Os mocinhos estouraram em 1994 após tocarem na abertura da Copa do Mundo de Futebol daquele ano, em Boston. Em 1996 eles passaram a abrir os shows da tour de Celine Dion. A carreira inclui sucessos como Breathless e All the Love in the world (trilha de Os queridinhos da América, filme de 2001), mas seu maior hit continua sendo o primeiro, e vocês sabem de qual eu estou falando, certo? ~Porque eu me apaixonei e só o amoooooooERROR. Ok, a versão tá errada mas é a mesma música. Runaway fez tanto sucesso que ganhou cover em terrinhas brasileiras, cantada pelo grupo com a lua em seus olhos, roupa de água marinha Rouge (já tá tocando Ragatanga na cabeça de vocês que eu sei).

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Westlife

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Ah, os anos 90…

Antes, muito antes de sonhar com One Direction, o produtor e juiz pop do The X Factor, Simon Cowell, produziu outra boyband na terra dos sábios e dos santos. O Westlife era originalmente formado por cinco membros (Nicky Byrne, Kian Egan, Mark Feehily, Shane Filan, e ainda Brian McFadden até 2004). Eles ficaram na quinta posição ente os artistas com o maior número de álbuns vendidos na Irlanda e, em 2010, foram eleitos o segundo artista irlandês mais conhecidos internacionalmente. Dentre as músicas do grupo, a de maior sucesso internacionalmente foi Swear it again.

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Celtic Woman

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Voltando às raízes, o Celtic Woman é um dos grupos que toca folk irlandês “de raiz”. As moças foram reunidas em 2004 pelos produtores Sharon Browne e David Downes (que produziu o Riverdance, um espetáculo de sapateado tradicional irlandês muito famoso por lá). O estilo de apresentação da Celtic Woman é bem padrão de muitos grupos de folk irlandês no país. São espetáculos quase teatrais, com cenários  bem produzidos e uma orquestra ao fundo, muitos bailarinos, uma coisa bem André Rieu. E, além dos instrumentos tradicionais da música, que são muito legais, o coro formado pelas integrantes é um arraso.

Kila

O Kila é um grupo que mistura música tradicional irlandesa e rock, e gera uns sons muito loucos muito legais. Tão legais que os caras já são reconhecidos internacionalmente pela criatividade e inovação da sua música. Eles colaboraram para a trilha sonora da animação (indicada ao Oscar) The Secret of Kells, e ainda participaram da trilha do documentário (ganhador do Oscar) Fight or Flight (2007). Os caras tocaram ainda na recepção do Dalai Lama à Irlanda em 2010. Respeitei. Ah, e eles cantam muitas músicas em irlandês, porque se é pra ser tradicional, vamos ser.

Sinead O’Connor

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Ultimamente ela é mais conhecida por ser a imagem de um movimento de #ChegaMileyCyrus, mas Sinead O’Connor já foi uma cantora irlandesa muito polêmica de outras formas. Dentre as faixas mais famosas, o cover de Nothing Compares 2 You, do Prince, virou o single mais emblemático da moça (o clipe da música, por sinal, foi a inspiração de Miley para a parte mais normal de Wrecking Ball), mas suas canções originais também ganharam reconhecimento, como (You made me) The Thief of your heart, que entrou para a trilha do filme Em nome do pai (1993). Apesar das baladinhas românticas, Sinead protesta de forma hardcore. Se tornou padre e rasgou a foto do Papa João Paulo II em uma apresentação do Saturday Night Live, em 1992, como forma  de protestar pelo abuso de crianças por padres da igreja Católica.

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Enya

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“Esse é pras inimiga…”

Enya é a Beyoncé grande diva da Irlanda. As músicas da cantora que misturam folk irlandês, música clássica e os mais diversos usos do sintetizador arrebataram fãs no mundo inteiro. Não é a toa que ela coleciona títulos tanto como interprete quanto como compositora. Enya é a cantora solo irlandesa com mais alto número de vendas e está entre os valores mais altos internacionalmente. Ganhou quatro Grammy (em 1993, 1997, 2002 e 2007) de Melhor Álbum de New Age. Dentre as canções mais conhecidas está o primeiro hit, Orinoco Flow, que entrou para a trilha do filme Os homens que não amavam as mulheres (2009).

Mais um motivo para amar a Enya: Ela é uma cantora completa que interpreta músicas em várias línguas diferentes, inclusive em Sindarin.

U2

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Falou em Irlanda, todo mundo já sabe. U2 surgiu como uma banda teen (literalmente, porque eles ainda eram adolescentes estudantes de ensino médio) em 1976. A banda sempre teve um histórico de música alternativa, mas reinventou sua imagem ao reforçar o sucesso com músicas mais voltadas para a crítica social. O U2 hoje figura no Rock and Roll Hall of Fame and Museum, contabiliza 22 Grammy ganhos, e foi listado pela revista Rolling Stones em 22ª posição, dentre os 100 melhores artistas de todos os tempos. Adicione a isso o fato de que a tour U2 360º é a mais lucrativa da história. Além disso, a banda é ainda reconhecida por seu envolvimento em projetos sociais e de defesa aos direitos humanos, como o envolvimento em campanhas da Anistia Internacional. E a gente continua aguardando por mais títulos, porque eles com certeza virão.

Ok, te dei bastante material a ser curtido durante a semana até o próximo Pra Ouvir, certo? Então vai aguardando, e até lá não esquece de conferir os outros posts e pode compartilhar aqui nos comentários as tuas experiências/indicações/decepções/sugestões de música da Irlanda.

Bye-Bye

2 pensamentos sobre “Música irlandesa: o Bono, a Enya e o Rouge

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